20/03/2019

No dia 10 de março foi realizada palestra sobre xilografia no Museu Florestal Octávio Vecchi. O espaço está localizado no Parque Estadual Alberto Löfgren (Horto Florestal), zona norte da capital paulista.

A artista plástica Maura de Andrade apresentou os projetos Diálogos – um olhar sobre a escola de xilografia do Horto e Conversa Gráfica, realizados no ano de 2011 e 2012. À época, além dessas duas exposições, foi realizada a catalogação das matrizes e dos tacos desenhados que compõem parte do acervo do Museu.

Participaram da atividade cerca de 20  pessoas, entre artistas e pesquisadores, a maioria integrante do grupo que gravadores do qual ela faz parte. Maura aproveitou a ocasião para convidar os artistas para uma exposição coletiva do clube de gravadores que está prevista para o mês de agosto. A ideia é que cada um faça uma xilogravura sobre o Museu Florestal.

A Escola de Xilografia do Horto
A Escola de Xilografia do Horto nasceu em 1940, com a intenção de formar xilógrafos impressores. Foi escolhido como professor o alemão Adolf Köhler, que estava no Brasil desde 1927, e tinha uma sólida experiência em xilografia. Os primeiros alunos da escola do Horto foram recrutados dentre os funcionários do então Serviço Florestal que tivessem alguma aptidão para o desenho.

A Escola funcionou regularmente até 1945, quando em 1946 sofreu um baque com a debandada de vários alunos que foram classificados como “trabalhador braçal” – a mais baixa remuneração do Serviço Florestal, quando todos esperavam ser “desenhistas”, a carreira profissional que desejavam. Apesar de tudo, a escola funcionou até 1950 quando o mestre morreu, formou alguns gravadores: José Cruz, Waldemar Moll, que trabalhou nessa profissão na revista “Chácaras e Quintais” e Itajahy Martins foi o único aluno que seguiu uma carreira artística, rebelde às técnicas de ensino da escola, foi um grande divulgador da xilogravura e o primeiro titular de uma disciplina de gravura no Brasil.

Köhler também influenciou a gravura de Lívio Abramo (1903-1922). Embora ele não tenha sido aluno na escola do Horto, recebeu algumas aulas de gravação em topo, bem como de preparo das matrizes. Em 1950 quando ganhou o prêmio viagem no Salão Nacional de Belas Artes usou justamente madeiras preparadas pelo alemão.

Saiba Mais: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/institutoflorestal/2011/08/05/xilogravuras-no-horto/

Fotos: Acervo Museu Florestal Octávio Vecchi

Mais informações: Tel. (11) 2231-8555 / Ramal 2053