03/12/2018

No dia 30 de novembro, foi realizada no Museu Florestal Octávio Vecchi cerimônia de entrega de obra restaurada do artista Helios Seelinger. O painel em óleo sobre tela que representa a chegada de Martin Afonso no litoral de São Vicente compõe um tríptico com outras duas telas que representam episódios da história de São PauloO trabalho é resultado de parceria entre o Instituto Florestal (IF),  o Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS) e o Núcleo de Artes Conservação e Restauração (NAR), do Rio de Janeiro.

O processo de restauração da obra foi coordenado pela professora especialista Josy Morais do NAR e por alunos concluintes do curso de restauração de pinturas sobre cavalete do MAS, tendo início em março deste ano. Todas as primeiras sextas-feiras e sábados de cada mês o Museu Florestal abriu suas portas para a equipe realizar o trabalho e se transformou num grande laboratório aberto.

Na cerimônia de entrega a responsável pelo Museu Florestal, Natália Almeida, iniciou os trabalhos apresentando ao público todas as etapas do processo de restauro da obra. Estavam presentes o secretario estadual do Meio Ambiente, Eduardo Trani, o diretor geral do Instituto Florestal, Luís Alberto Bucci, o coronel Cássio de Almeida, representando o comando da Polícia Ambiental, a vice-diretora do Instituto Geológico, Rosângela do Amaral, e a coordenadora do restauro. Entre os convidados para a inauguração, o arquiteto Carlos Vecchi Dränger, neto do idealizador do Museu, aproveitou para fazer a doação de um estereoscópio de seu avô, que permite ver as imagens de fotografias registradas por Octávio Vecchi em 3D.

Josy Morais falou da esperança que todos têm em continuar a recuperação da obra nos outros dois painéis que fazem parte do tríptico. Para isso, ela pediu a colaboração dos presentes na busca de patrocínio para viabilizar a concessão de bolsas para os estagiários, que não cobraram nada para a realização da primeira parte do trabalho, além de contribuírem com o material utilizado, permitindo que o restauro fosse feito sem nenhum custo para o Estado. O atual secretário do Meio Ambiente afirmou que, como arquiteto, reconhece a importância da preservação do patrimônio e as dificuldades enfrentadas pelos profissionais dedicados a essa tarefa, com a qual pretende contribuir. Da mesma forma, entusiasmado com o resultado da primeira parte do restauro, Luís Alberto Bucci, garantiu que a partir de primeiro de janeiro próximo estará particularmente empenhado na busca de recursos e ajuda para que a restauração da obra possa ter continuidade, garantindo a manutenção e conservação do patrimônio sob responsabilidade do Instituto Florestal.

Após as formalidades, todos subiram para o piso superior do Museu e todos puderam apreciar os resultados do trabalho.

A obra

“Ao que tudo indica, o Tríptico foi encomendado para o Museu – ou para o Horto Florestal porquanto aparece em diversas publicações como fazendo parte da Biblioteca deste parque. As cenas representadas nos três paineis colocam São Paulo como o estado fundamental para o crescimento – quer territorial quer econômico – do Brasil como um todo, desde o século XVI até pelo menos o século XX.

No painel da esquerda, O descobrimento do litoral de São Vicente por Martim Afonso retrata a chegada de Martim Afonso ao litoral paulista. Martim Afonso foi o responsável pela fundação da primeira vila portuguesa no Brasil, São Vicente, em 1532. O painel central, Uma Bandeira chefiada pelo bandeirante Fernão Dias Paes Leme, novamente apresenta outra importante etapa da história do Brasil pelo viés paulista: o ciclo bandeirante (séculos XVII e XVIII) no qual foram realizadas diversas expedições no território brasileiro para a captura de índios a fim de escravizá-los ou em busca por pedras e metais preciosos.  Realizado um ano após as outras duas telas, o terceiro painel traz como cenário a cidade de São Paulo em suas variadas facetas enfocando principalmente o trabalho. Talvez a referência mais direta esteja baseada no filme Sinfonia da metrópole, lançado naquele mesmo ano, e que aponta para os avanços e as transformações da pequena cidade em metrópole.” (extraído do texto curatorial de Ana Paulo Nascimento)

O artista

Helios Seelinger (1878-1965) nasceu no Rio de Janeiro e estudou na Alemanha. Trabalhou no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Sua a participação na Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo, influenciou seus quadros, que passaram a representar lendas brasileiras e manifestações culturais típicas do Brasil.

 

Saiba Mais: https://www.ambiente.sp.gov.br/2018/11/painel-restaurado-volta-a-compor-obra-do-artista-helio-seelinger/

Fotos: Acervo Instituto Florestal

Mais informações: Museu Florestal Octávio Vecchi – Tel. (11) 2231-8555 / Ramal