09/11/2018

No dia 08 de novembro, o Instituto Florestal (IF) realizou o VII Seminário Frutos da Mata Atlântica – o sabor da biodiversidade, no município de Registro/SP. Anualmente o Seminário recebe produtores rurais, técnicos de órgãos públicos, estudantes universitários e gestores de unidades de conservação. Apesar do dia chuvoso, esta edição do evento contou com a presença de 212 participantes inscritos.

O evento tem por objetivo de difundir frutas comestíveis desse bioma que são nutritivas e tradicionalmente muito apreciadas, porém ainda não são comercializadas, como araçá, uvaia, grumixama, cereja-do-rio-grande, cambucá, cabeludinha, guabiroba, araticum e fruta-do-conde. Algumas frutas já estão conquistando o mercado, como o cambuci, graças às iniciativas como a Rota do Cambuci.

Nesta sétima edição, o Seminário teve como foco o relato e a discussão de experiências em produção de frutos da Mata Atlântica, incluindo palmeira-juçara, seu processamento, comercialização e nutrição.

Programação
Após a abertura do evento, pelo diretor geral do IF Luis Alberto Bucci, Artur Dalton Lima (Cooperafloresta) ministrou a palestra “Potencial de Frutas Nativas em Sistemas Agroflorestais no Vale do Ribeira”. Em seguida, Luciano Maeda (ABC Orgânicos, consultor do Projeto Rede Solidária Vale do Ribeira) apresentou a “Experiência da Coopercentral Vale do Ribeira na Comercialização de Orgânicos (desafios e tendências)”. Roberto Resende, do Iniciativa Verde encerrou os trabalhos da manhã com a palestra “A comida que vem da floresta: fruto do juçara da Mata Atlântica”.

O pesquisador científico do Instituto Florestal Ocimar Bim abriu os trabalhos da tarde com o relato de sua experiência de repovoamento da palmeira juçara no Parque Estadual do Rio Turvo e a Campanha Palmito Legal.

Logo após, Ocimar moderou uma mesa redonda de peso. Clayton Lino (coordenador da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica), apresentou palestra sobre o Programa Mercado da Mata Atlântica. Francisco Martins, (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI) falou sobre o fortalecimento dos agricultores e produtores artesanais frente às ações governamentais de conservação da Mata Atlântica pelo ecomercado. Guaraci Oliveira (Coordenadoria de Recursos Naturais e Biodiversidade da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo) versou sobre a proposta de  regulamentação para exploração de vegetação nativa.

Durante todo o dia, os participantes puderam fazer intervenções após as palestras, tirando dúvidas e contribuindo com os debates, sob a moderação do pesquisador do IF Miguel Luiz Menezes Freitas.

O Seminário possibilitou ainda que os participantes obtenham a comprovação daquilo que é dito nas palestras: que a biodiversidade tem sabor. Ao longo do evento, foram servidos diversos produtos do preparados com frutas da Mata Atlântica:  suco, bolo, pão, geleia, creme e biscoito.

Resultado de parcerias
O evento foi criado em 2012, cresceu e hoje proporciona o debate a troca de experiências entre os produtores rurais que já trabalham com essas frutas e órgãos públicos envolvidos para a avaliar as novas perspectivas deste mercado. Alguns desdobramentos que se deram à partir das edições dos anos anteriores merecem ser destacados, como o aumento das pesquisas com essas espécies e a adoção do fruto de juçara na merenda escolar do município de Sete Barras/SP.

O médico e político Eduardo Jorge, figura importante para o ambientalismo, marcou presença e prestigiou o Seminário.

Esta edição foi realizada pelo Instituto Florestal em parceria com Associação dos Bolsistas Japan Internacional Cooperation Agency (ABJICA) – São Paulo, Fundação Florestal, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) -Campus Registro, Bunkyo (ACNBR), Associação Nipo-Brasileira do Bairro da Raposa e Versta; com o apoio de JICA, CooperCentral VR, CETESB/CBRN, Associação do Desenvolvimento Comunitário do Bairro do Rio Preto, Prefeitura Municipal de Registro, Prefeitura Municipal de Sete Barras, COMTUR, CATI, Iniciativa Verde, Comitê da Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul (CBH-RB).

Fotos: Acervo Instituto Florestal