28/06/2018

De 26 a 28 de junho aconteceu a 13ª Expobor, a maior feira de tecnologia, máquinas e artefatos de borracha da América Latina. No âmbito da feira, no dia 28 ocorreu o “9º Encontro Nacional da Borracha Natural” e o Instituto Florestal (IF) esteve presente divulgando alguns de seus produtos no estande “Espaço Borracha Natural”, bem como as tecnologias geradas a partir das pesquisas realizadas na instituição.

O estande foi voltado à divulgação de pesquisa e inovação de instituições de ciência e tecnologia do Brasil. O IF decorou o estande com peças de mobiliário de confeccionados em madeira de seringueira na Floresta Estadual de Manduri, área natural protegida sob gestão da instituição. Foram oito itens, como mesa acoplada, cama, porta, janela e bancos diversos. O espaço foi compartilhado com outras instituições, como o Instituto Agronômico de Campina (IAC), Universidade de Brasília (UnB), Universidade de Campinas (Unicamp), entre outros.

A Feira foi realizada no Expo Center Norte, na capital paulista.

Muito além da borracha
A seringueira é uma árvore da Floresta Amazônica que produz borracha de excelente qualidade. No auge, o comércio da borracha proporcionou quase 40% doas receitas das exportações brasileiras, quase se igualando ao café.

A cultura da seringueira, enfrentando inúmeros desafios, está se estabelecendo como uma atividade lucrativa e sustentável, apresentando expressivo crescimento das suas áreas de plantio. Atualmente, os maiores plantios de seringueira se localizam no Noroeste de São Paulo, sendo o estado o maior produtor de borracha natural do Brasil.

Quando ocorre a queda da produção do látex é feita a renovação do seringal. Nesta oportunidade, há disponibilidade de madeira com perspectivas de uma renda extra ao produtor. A madeira de seringueira é excelente matéria prima na fabricação de móveis, taboados, forros, portas e caixotarias, entre outros.

A produção e a exportação de mobiliário confeccionado com madeira de seringueira é atividade importante em diversos países asiáticos, como Malásia, Indonésia, Vietnã e Filipinas.

Entre 2005 e 2009, o Instituto Florestal realizou projeto de pesquisa com o objetivo de realizar um inventário florestal que quantificou e caracterizou a madeira de seringueira no estado, indicando a predição da produção necessária à sustentabilidade do abastecimento industrial. O projeto foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Parcerias para o desenvolvimento
O pesquisador científico do Instituto Florestal Miguel Luiz Menezes Freitas esteve presente no evento e contou um pouco sobre os estudos com seringueira realizados na instituição. “Em um trabalho em conjunto com Eduardo Longui, Israel de Lima (pesquisadores da seção de madeiras e produtos florestais do IF) e Alexandre Magno Sebbenn (pesquisador em melhoramento genético do IF), estamos analisando o crescimento, em altura e diâmetro, de ensaios (plantios) que foram instalados há décadas em algumas unidades do Instituto Agronômico de Campinas (IAC)”, revela Freitas. O material foi disponibilizado por Paulo Gonçalves, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lotado no IAC.

Ainda na área da genética quantitativa, mas também envolvendo a biologia molecular, o pesquisador revela que estamos avançando em outros trabalhos, em parceria com o professor Mário Moraes da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Ilha Solteira, visando tanto a produção de seringueira para a extração de látex, quanto a produção de madeira para a movelaria e outras utilidades.

Freitas reforça ainda o grande interesse na instalação de sistemas agroflorestais que incluam a seringueira. O pesquisador explica que a produção simultânea de várias espécies em um mesmo local, talvez até com gado, pode render mais produtos e ter um resultado econômico mais duradouro.Este trabalho esta sendo realizado pelo Instituto Florestal em conjunto com o Instituto de Zootecnia, o IAC (na base de Votuporanga, que é o centro de seringueira) e a Unesp de Ilha Solteira.

Fotos: Acervo Instituto Florestal

Mais informações: Pesquisador científico Miguel Luiz Menezes Freitas – Tel. (11) 2231-8555 / Ramal 2022