22/02/2017

Por Márcio Rossi

Os solos são o resultado da ação de vários elementos combinados como o clima, os organismos, o relevo e o material de origem, e com todos atuando em um determinado período de tempo. É um dos recursos naturais que exerce papel importante na produção agrícola (vegetal ou animal), na retenção de água e reabastecimento dos mananciais hídricos e lençóis freáticos, e na sustentação da flora, da fauna e do homem. Portanto, conhecê-lo é o primeiro passo para a preservação do ambiente, já que a formação de poucos centímetros de solo necessita de longos períodos, enquanto a destruição pode ocorrer em tempo muito curto.

Para os Planos de Manejo de Unidades de Conservação elaboram-se mapas de solos com informações de cunho geral, para subsidiar os trabalhos de planejamento, pois a intenção é a preservação do ambiente o mais próximo do natural. Assim, avaliam-se, sempre que possível, a morfologia (expressão tátil ou visual, em aspectos macro ou microscópicos, como textura, estrutura, cor, consistência), os aspectos físicos (granulometria, densidade, infiltração, compacidade), químicos (cátions e ânions trocáveis, matéria orgânica, pH, acidez, toxicidade, metais, macro e micronutrientes) e também mineralógicos (quantidade e qualidade de minerais).

Os estudos de solos realizados nas unidades de Proteção Integral e sua área envoltória têm por objetivo a caracterização dos solos e seus atributos para a definição de potencialidades e de restrições do ambiente. Esses estudos, associados às informações da geologia (geotecnia e litologia) e da geomorfologia (formas de relevo, declives, processos e dinâmica), permitem, de forma sintética, estabelecer zoneamentos apropriados ao manejo da área, tendo sempre em mente que essas áreas são para preservação com um mínimo de intervenção.

As informações levantadas sobre os solos propiciam também distinguir zonas de potencialidade de ocorrência de processos erosivos, como erosões lineares, escorregamentos e quedas de blocos, além de zonas de encharcamento sazonal ou permanente. Os tipos de solos encontrados são de uma variedade muito grande, dependendo da localização do estudo, dos tipos de materiais que estão envolvidos e da variabilidade do relevo.

Marcio Rossi atua na caracterização e mapeamento de solos e nos Planos de Manejo desde 1987. É engenheiro agrônomo pela UNESP–Botucatu, doutor em Geografia pela USP–FFLCH com concentração em Pedologia, atuando nas áreas de levantamento, mapeamento e classificação de solos. Já trabalhou em pelo menos 26 Planos de Manejo junto ao IF, à Fundação Florestal, ao ICMBio, e a ONGs

*Texto originalmente publicado em 2012 no informativo IF notícias nº 11.