25/05/2016

O Projeto desenvolvido pela equipe e por parceiros da Estação Experimental de Tupi formou 18 professores e já está sendo expandido para outros municípios

O “EducaTrilha: processo de formação continuada de docentes em educação ambiental em áreas naturais” – Edição Tupi foi escolhido pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) de Piracicaba como melhor iniciativa socioambiental na categoria “Organização Pública”, no Prêmio Destaque Ambiental 2016.

A primeira edição do curso foi desenvolvida na Estação Experimental de Tupi e teve a participação de outras unidades do Instituto Florestal (IF), do Núcleo de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente (NEA/SEDEMA), da Diretoria Regional de Ensino de Piracicaba e da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP). Foi elaborado no âmbito do projeto de iniciação científica “Desenvolvimento de curso de formação de professores em educação ambiental na Estação Experimental de Tupi”, realizado por Pedro Lemos Marques, sob orientação de Maria Luísa Bonazzi Palmieri, especialista ambiental do IF. O projeto de pesquisa tinha o objetivo de desenvolver uma proposta de formação de professores na Estação Experimental de Tupi. A proposta era embasada em um diagnóstico das ações de educação ambiental desenvolvidas nas escolas antes das visitas à unidade, na vivência das visitas monitoradas e no material educativo que sugeria atividades de educação ambiental para as escolas que visitam a área, mas que ainda estava em elaboração. Também foram realizadas pesquisas das experiências anteriores em formação de professores em áreas protegidas brasileiras.

O Projeto “EducaTrilha” defende a visão do docente como um “intelectual transformador”, valorizando os conhecimentos e as experiências profissionais dos professores. Foi desenvolvido no âmbito da educação ambiental “crítica”, que propõe processos desenvolvidos de modo participativo e reflexivo, considerando as múltiplas e complexas relações das diferentes dimensões do meio ambiente. No curso, é abordada a importância de atividades que possibilitem a problematização da realidade socioambiental e estejam voltadas à sua transformação, e não à transmissão de conhecimentos e comportamentos “adequados”.

Os encontros foram planejados buscando-se valorizar as metodologias participativas, estimulando a construção conjunta de conhecimentos e práticas de educação ambiental, de forma a evitar a exposição oral dos temas.

Outra preocupação foi que as propostas de processos de educação ambiental a serem desenvolvidas nas escolas incluíssem visitas à Estação Experimental de Tupi e fossem construídas a partir de um diagnóstico da realidade da escola e do seu entorno, de forma que fortalecessem iniciativas já existentes. O intuito foi evitar que tais propostas fossem iniciativas desvinculadas às demais atividades escolares.
O curso também previu que a programação de suas atividades de forma participativa com os docentes, a fim de valorizá-los e abordar exatamente os conteúdos que eles consideram importantes.

Para aprimorar a primeira versão da programação, bem como viabilizar a sua execução, a equipe da Estação Experimental de Tupi convidou profissionais de educação ambiental atuantes em diferentes unidades do Instituto Florestal e em outras instituições do município de Piracicaba, que formaram a comissão organizadora do curso. Foram 22 pessoas, todas voluntárias. A programação do curso foi revisada, de forma a incorporar sugestões de todos os envolvidos, valorizando os conhecimentos e experiências de cada integrante.

O curso aconteceu de abril a outubro de 2015 e foram realizados seis encontros mensais de oito horas e 24 horas de atividades a distância.

Resultados desse processo
O curso formou 18 professores, que desenvolveram propostas de educação ambiental em suas escolas e realizaram diversas atividades com os alunos, como: elaboração da árvore dos sonhos e do muro das lamentações (com foco nas questões socioambientais das escolas), problematização das questões socioambientais, visitas à Estação Experimental e outros trabalhos de campo, desenvolvimento de biomapas da microbacia onde a escola está inserida, implantação de tecnologias sociais das escolas (captação de água de chuva e composteira, por exemplo), entre outras atividades.

A partir dessa experiência, o projeto está sendo desenvolvido com professores da rede municipal de ensino de Luiz Antônio, envolvendo as Estações Experimentais de Tupi, Itirapina e São José do Rio Preto, a Fundação Florestal, a Coordenadoria de Educação Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e a Secretaria Municipal de Educação de Luiz Antônio.

Já está prevista a realização do projeto em outras áreas protegidas do IF. Além disso, o trabalho conjunto das instituições organizadoras dessa atividade em Piracicaba tem dado frutos no desenvolvimento de outras ações educativas, como a implantação, na Estação Experimental de Tupi, de um núcleo associado ao Programa de Jovens – Meio Ambiente e Integração Social (PJ-MAIS) da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de São Paulo (RBCV).

A cerimônia de premiação será no dia 03 de junho, às 19h, na Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (ACIPI), localizada na Rua do Rosário, 700, em Piracicaba /SP.

Veja o convite aqui

Fotos: Acervo Estação Experimental de Tupi

Mais informações: Maria Luísa Bonazzi Palmieri e Rosa Maria Galera Gonçalves: (19) 3438-7116.