31/03/2016

Servidor do Instituto Florestal participa de evento que discute quais os rumos e perspectivas da popularização da ciência


No dia 29 de março, o especialista ambiental Paulo Andreetto de Muzio representou o Instituto Florestal (IF) no 3º Encontro de Divulgação em Ciência e Cultura – Rumos e perspectivas para a divulgação científica e cultural. O objetivo do evento é promover o debate e a troca de experiências entre pesquisadores que trabalhem com a complexidade das questões relacionadas à difusão das ciências, tecnologias e artes. A terceira edição do Encontro aconteceu de 29 a 31 de março na Universidade de Campinas (Unicamp) e foi organizada por alunos de Mestrado do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor).

A mesa de abertura do evento contou com a ilustre figura do Dr. Carlos Albert Vogt, ex-reitor da Unicamp e ex-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Vogt é também idealizador do Labjor, um centro de referência para a pesquisa e a formação em divulgação científica e cultural no Brasil. Além do programa de mestrado (stricto sensu), o Laboratório conta com um curso de especialização em jornalismo científico.

O servidor do IF, que é aluno de jornalismo científico do Labjor, contribuiu com os debates do Encontro fazendo o relato de sua experiência junto a colegas de instituição na elaboração da cartilha Árvore amiga da Cidade. Desenvolvida no próprio Instituto envolvendo técnicos e pesquisadores, o material trata dos benefícios da arborização urbana e aborda o tema serviços ecossistêmicos com linguagem voltada ao público leigo. Muzio apresentou o case contando os desafios para se elaborar um material numa instituição pública de pesquisa e as possibilidades de se produzir uma publicação de qualidade a baixo custo, valorizando os múltiplos conhecimentos do corpo técnico da casa.

A importância de divulgar o trabalho dos institutos de pesquisa
De acordo com a pesquisa de Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil, realizada em 2015 pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apenas 12,4% da população brasileira afirmam conhecer alguma instituição que realize pesquisa científica no Brasil. No Estado de São Paulo, o resultado é ainda mais alarmante: 7,9%. Se a maioria da população não tem conhecimento da existência dos institutos de pesquisa, ou se os conhecem pelo nome, mas sem vincular suas atividades à ciência e tecnologia, dificilmente essas instituições conseguirão um apoio consistente da opinião pública no caso de cortes de recursos, por exemplo. Além disso, o jornalismo científico, que é uma ferramenta indispensável para aproximar das pessoas comuns o conhecimento gerado nos institutos, ainda engatinha no Brasil.

Dentro dessa perspectiva, o Instituto Florestal possui diversas linhas de trabalho para estreitar os laços entre a comunidade e a instituição. Algumas unidades do interior de São Paulo têm atuado fortemente através de programas e ações de educação ambiental, como é o caso do Viveiro Florestal de Taubaté, da Florestal Estadual de Avaré e da Estação Experimental de Tupi, em Piracicaba. Outro caso de unidade que também tem forte trabalho na questão do uso público é a Estação Experimental de Itirapina, que vem atuando junto ao Centro de Divulgação Científica e Cultural da Universidade de São Paulo (CDCC/USP), em São Carlos. A parceria resultou na exposição itinerante Bicho: quem te viu, quem te vê!, que trata sobre o tema da perda de biodiversidade como resultado da fragmentação das paisagens naturais e já percorreu cinco áreas protegidas sob gestão do IF ou Fundação Florestal, entre outras localidades em municípios com unidades do Sistema Ambiental Paulista, além de universidades e eventos de ciência.

Em relação ao jornalismo científico, o IF também reconhece a importância de se ter profissionais na instituição atuando na área. A Fapesp oferece bolsas para estudantes de graduação e profissionais que sejam alunos de um curso de jornalismo científico. Convidada por Muzio, a aluna do curso lato sensu do Labjor Tamires Gonçalves redigiu projeto para a Fapesp com a proposta de realizar a divulgação das atividades do Instituto Florestal e obteve aprovação. A bolsista será orientada pelo pesquisador Dr. Miguel Luiz Menezes Freitas e terá o suporte do Serviço de Comunicações Técnico-Científicas do IF. Essa conquista é mais um desdobramento das iniciativas de profissionais e setores do Instituto que resolveram “pensar fora da caixa”, com o objetivo de levar o trabalho da instituição ao conhecimento do maior número possível de pessoas.

Fotos: Acervo Instituto Florestal

Mais informações: Paulo Andreetto de Muzio – Serviço de Comunicações Técnico-Científicas – Tel. (11) 2231-8555 / Ramal 2149