18/12/2015

De 09 a 13 de novembro, foi realizado em São Paulo o VI Simpósio de Restauração Ecológica. O encontro teve como tema “Novos Rumos e Perspectivas” e reuniu renomados especialistas do Brasil e internacionais. Com o Instituto Florestal como parceiro, o evento ofereceu minicursos, palestras e apresentações de trabalhos científicos.

VIRAD_11-10-15_01De acordo com o Dr. Luiz Mauro Barbosa, diretor-geral do IBt, reflorestamentos têm sido implantados com espécies nativas regionais, para diferentes objetivos, como a proteção de mananciais, estabilização de encostas, recuperação de habitat para fauna, entre outros. Ele ressalta que com o desenvolvimento da Ecologia da Restauração como ciência, o termo “restauração ecológica” passou a ser mais bem definido. A SER – Society for Ecological Restoration (2004) – definiu a restauração ecológica como a prática deliberada que visa iniciar ou acelerar a recuperação da saúde, integridade e sustentabilidade de um ecossistema degradado, danificado ou destruído, seja por ações diretas, ou mesmo indiretas do homem. Desta forma, um ecossistema restaurado não necessita retornar às suas condições originais. A necessidade de se produzir e sistematizar conhecimentos sobre repovoamento vegetal para proteção de sistemas hídricos e a promoção da conservação de espécies vegetais, especialmente as arbóreas de ocorrência regional, utilizando modelos mais adequados a cada situação nas áreas degradadas a serem recuperadas, nos diferentes biomas do Estado de São Paulo, levou o Instituto de Botânica a desenvolver projetos diretamente voltados às políticas públicas neste tema. “Neste contexto, se considerarmos a premissa de que conservar a biodiversidade significa reconhecer, inventariar e atuar, respeitando ao máximo essas diferenças, ou seja, mantendo a maior variabilidade possível de organismos vivos, de comunidades e de ecossistemas, e que uma floresta tropical bem conservada chega a ter mais de 100 espécies nativas de estratos arbustivos e arbóreos, em um único hectare, entende-se que a dinâmica florestal só entra em equilíbrio pelas estratégias de evolução, desenvolvidas pelas espécies ao longo de centenas e milhares de anos, ou seja, a existência de poucos indivíduos de muitas espécies acaba sendo um mecanismo de autopreservação das mesmas e, consequentemente, das florestas tropicais”, afirma Luiz Mauro. Para ele, tal premissa, seguramente, vem resolver os problemas com plantios ou reflorestamentos com muitos indivíduos de poucas espécies, em que é possível que um provável ataque de pragas, ou ocorrência de doenças em uma determinada espécie nativa multiplique-se rapidamente pela proximidade de “indivíduos irmãos”. “É com essa visão de manter a restauração ecológica como tema atual e relevante nas políticas públicas do meio ambiente, fornecendo informações e ferramentas sempre respaldadas no método científico e buscando o sucesso das ações e projetos de restauração de áreas degradadas, que se realiza este VI Simpósio, tendo como tema os novos rumos e perspectivas da restauração ecológica’, conclui, chamando toda a população para participar. No âmbito do evento, há uma proposta que convida ao envolvimento de todos os segmentos da sociedade, intitulada “Carta da comunidade científica de São Paulo, envolvida com a organização do evento, à população”

O pesquisador científico do Instituto Florestal Miguel Luiz Menezes Freitas participou como debatedor na mesa realizada no dia 12 que tinha como tema valoração de ecosisstemas e serviços e discutiu: custos e benefícios da recomposição florestal em bacias hidrográficas; quantificação de Carbono e biomassa em áreas com florestas nativas; e pagamento por serviços ambientais como ferramenta para restauração ecológica.

O Instituto Florestal participou ainda com um estande de divulgação, no qual foram distribuídas publicações da casa.

O evento foi promovido pelo Instituto de Botânica (IBt) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA) e teve patrocínio do Instituto Florestal. Os minicursos aconteceram na sede do IBt e as palestras na São Paulo Expo (antigo Centro de Exposições Imigrantes), no bairro da Água Funda, zona sul da capital.

Foto: Acervo IBt