27/02/2015

Uma definição simples de ciência cidadã é a participação voluntária de pessoas não profissionais, porém treinadas na metodologia necessária, na coleta de dados de projetos científicos. Em ornitologia, atividades de ciência cidadã se iniciaram na América do Norte e na Europa no início do século XX com a contagem de aves e, posteriormente, a captura e a marcação. Apesar da recente disseminação da prática de observação de aves no Brasil, com a popularização de tecnologias para obtenção de imagens e sons, a participação de leigos na coleta de dados em projetos científicos ainda é incipiente.

Tendo notado grande interesse de funcionários e estagiários no reconhecimento e determinação de espécies de aves que habitam o Parque Estadual Alberto Löfgren (PEAL), o Instituto Florestal decidiu adaptar o curso de Ornitologia que vinha ministrando e oferecer um treinamento inicial aos interessados. O objetivo foi contagiar parte do corpo funcional e integrá-lo ao monitoramento da avifauna do parque, em andamento desde 2005.

O III Curso de Ornitologia aplicada à Conservação: Ciência Cidadã foi realizado de 23 a 26 de fevereiro. As aulas incluíram tanto exposições teóricas como práticas de campo. Durantes as atividades foram discutidos os potenciais das aves como bioindicadores e os desafios para a sua conservação, possibilitando aos participantes uma visão abrangente e crítica sobre a aplicação e as limitações dos métodos mais utilizados.

Ao primeiro dia, o ornitólogo Dr. Alexsander Zamorano Antunes fez uma introdução à observação de aves. A pesquisadora Marina Mitsue Kanashiro conduziu o segundo dia trabalhando definições e conceitos de cartografia e orientando quanto ao uso de GPS para obtenção de dados de registro. No terceiro dia de curso, com o auxílio da estagiária Mariana Lopes Campagnoli, foi realizado o treinamento de captura de aves com redes para registro, com medição e anilhamento. Durante o último dia, os participantes percorreram diversos pontos do PEAL para observação e levantamento de aves do Parque, onde é possível encontrar 25% das 800 espécies já identificadas no estado de São Paulo.

O curso contou com a participação de 10 alunos, entre pesquisadores e funcionários do IF da capital e do interior, estagiários do Instituto e da Fundação Florestal e monitores contratados da Coordenadoria de Parques Urbanos que atuam na área de uso público do PEAL.

Fotos: Mônica Pavão e Paulo A. Muzio

Mais informações: Pesquisador Científico Alexsander Zamorano Antunes – Seção de Animais Silvestres – Tel. 11-2231.8555 / Ramal 2023 e 2151