16/10/2014

Em 15 de outubro foi concluída a instalação da passarela aérea de fauna, ligando o Horto Florestal à área verde da Invernada do Barro Branco da Polícia Militar do Estado de São Paulo, faltando apenas fixar o módulo já localizado no interior da Invernada para uma árvore mais baixa, favorecendo a entrada e saída da fauna arborícola.

A construção de uma passarela tem o objetivo de maximizar a segurança desses animais que provém da floresta existente na Serra da Cantareira e Parque Estadual Alberto Löfgren (Horto Florestal), o qual, por atrativos naturais, se deslocam em bandos ao fragmento de mata existente na Invernada do Barro Branco. Porém, para tal, necessitam atravessar duas vias: a movimentada Avenida Luís Carlos Gentile de Laet, a fim de passar por cima da Praça Antônio de Freitas Oliveira e do comércio Itacácio e a Rua Mamud Rahd.

A área da Invernada do Barro Branco, onde os bugios estão se deslocando em grupos com muita frequência, possui 125 hectares e grande parte dessa área é coberta predominantemente por talhões de Eucalyptus sp e de Pinus sp, ambos com sub-bosque em franca regeneração e jardins com plantas ornamentais e diversas frutíferas exóticas, como Morus nigra (amoreira) e Hovenia dulcis (uva-japonesa). Nas bordas dos jardins que contornam os prédios pode ser observadas algumas espécies pioneiras, como Alchornea sidaefolia (tapiá-guaçu), e Ceiba speciosa (paineira), espécies introduzidas, também utilizadas pelos bugios em sua alimentação. O bugio é um primata de cor ruiva (machos) a enegrecida (fêmeas), essencialmente folívoro-frugívoro, endêmico da Mata Atlântica e quase ameaçado de extinção no Estado de São Paulo.

Esta ação, que teve auxilio da AES Eletropaulo e Companhia de Engenharia de Trágego (CET), é resultado do Projeto “Passarela aérea antiatropelamento para animais silvestres, com ênfase nos bugios (Alouatta clamitans)”, conhecido também por “Pontes de corda para travessia de fauna arborícola”, idealizado pelo biólogo Sargento Fábio Ferrão Videira.

Histórico e parcerias
Em 2011, por motivo da abundância de bugios (Alouatta clamitans) no interior da Invernada do Barro Branco, a Comissão do Verde e Meio Ambiente (CVMA) do Centro Médico da Polícia Militar providenciou estudo em parceria com a Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre da Secretaria Municipal de São Paulo do Verde e Meio Ambiente (SVMA), a fim de conhecer para melhor preservar essa espécie ameaçada de extinção no Estado de São Paulo.

Com estudos e declarações de proprietários e funcionários do comércio Itacácio Pedras, Mármores e Granitos Ltda e de colaboração dos pesquisadores do Instituto Florestal (IF) e pesquisadores da Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre (DEPAVE-3 – SVMA), foi possível identificar a trajetória que esses primatas fazem para se deslocar do Parque Estadual Alberto Löfgren (Horto Florestal) em direção à Invernada, motivando o Sargento Ferrão a providenciar, entre 2012 e 2013, o projeto que possibilitasse uma passagem segura à fauna arborícola advinda dos Parques Estaduais da Serra da Cantareira e Alberto Löfgren (Horto Florestal), com interesse nos atrativos da floresta existente no interior da Invernada.

Foi indicada pelas pesquisadoras do DEPAVE-3 – SVMA, a bióloga Priscila, da AES Eletropaulo, a qual vem ferrenhamente colaborando com o projeto, bem como, custeando todas as despesas com o mesmo (aquisição de dois postes novos, 700 m de cordas, mais de 300 canos, entre outros materiais para a construção dos 5 módulos pertencente à passarela, bem como se responsabilizando por grande parte da mão de obra).

Para a efetivação do projeto, Ferrão necessitou angariar colaboradores, os quais se manifestaram por escrito favoravelmente ao projeto, sendo eles: Diretoria de Saúde da Polícia Militar; Centro Médico da Polícia Militar; Academia de Polícia Militar do Barro Branco; Clube dos Oficiais da Polícia Militar; Caixa Beneficente da Polícia Militar; Comando de Polícia Ambiental; Instituto Florestal; DEPAVE-3 – SVMA; Subprefeituras de Santana e Tucuruvi; AES Eletropaulo; Itacácio Pedras, Mármores e Granitos Ltda.

Na construção dos 5 módulos, bem como na fixação da passarela, houve a colaboração voluntária dos: membro técnico da Comissão do Verde e Meio Ambiente do Centro Médico da Polícia Militar (CMed – coordenação); funcionários da AES Eletropaulo (coordenação); servidores do IF; funcionários Itacácio Pedras, Mármores e Granitos Ltda; estagiárias da Faculdade Metropolitana Unidas (FMU); integrantes do Grupo Escoteiro Primeiro de Brownsea; CET, entre outros colaboradores anônimos.

Fotos: Fábio Ferrão Videira

Mais informações: Fernando Descio – Divisão de Reservas e Parques Estaduais – Tel:(11) 2231-8555 / Ramal 2049