20/03/2014

O Parque Estadual Alberto Loefgren, popularmente conhecido como Horto Florestal é uma Unidade de Conservação administrada pelo Instituto Florestal e passa por novo planejamento de sua gestão.

O plano de manejo do parque foi aprovado no final de 2010 e teve a participação de mais de 80 especialistas em diversas áreas do conhecimento entre pesquisadores, técnicos e consultores. É um documento disponível na forma de livro eletrônico que pode ser baixado gratuitamente do endereço https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/institutoflorestal/planos-manejo-gestao
Aproveitamos esta oportunidade para divulgar o livro e esclarecer os questionamentos sobre os lagos e morte de animais.

As equipes técnicas da Secretaria do Meio Ambiente e os funcionários do parque, estão tristes com a morte de peixes e aves dos lagos neste verão de 2014.

Especialmente no mês de fevereiro vários fatores levaram ao esgotamento de condições de vida para peixes e parte das aves dos lagos. A sequência de dias com temperaturas acima dos 34ºC, o longo período sem chuvas em um lago já assoreado, pois ao longo dos anos houve carreamento de material particulado trazido pelos córregos que desaguam na drenagem do parque e, ainda, a baixa oxigenação das águas, são condições favoráveis à bactérias oportunistas. Pesquisadores colaboradores estão analisando carcaças para identificar microrganismos que provocaram a morte de aves. É importante ressaltar que todos os grupos faunísticos do parque estão em vida livre e não em cativeiro, portanto as medidas tomadas são a retirada das carcaças, pesquisa e intervenção no ambiente em médio e longo prazos.

Até o presente momento é possível afirmar que os animais afetados são exóticos ou domésticos e não pertencem ao Bioma da Mata Atlântica, são patos, gansos, marrecos entre outros, que foram soltos em épocas passadas sem autorização e se reproduziram livremente no parque, neste caso como não são espécies silvestres nativas, o sistema imunológico pode estar debilitado tornando-as mais vulneráveis ao ocorrido no ambiente no período analisado.

Conforme dados da Somar Meteorologia, nos cinco primeiros dias de fevereiro a média de temperatura máxima em São Paulo foi de 35°C, 7°C acima do normal para esta época. A média para o período é de 28°C, ou seja, a máxima da sexta-feira dia 07 de fevereiro foi 8,5°C acima do esperado, completando ainda, 13 dias sem acumulado de chuva. Este estado atmosférico perdurou na semana seguinte, os peixes começaram a morrer a partir do dia 12 de fevereiro, em seguida as aves dos lagos, atingindo o máximo de animais mortos no dia 14 de fevereiro, quando as temperaturas caíram quase 10°C no dia seguinte e finalmente choveu por dois dias. O Gráfico abaixo ilustra os extremos de temperatura e ausência de chuvas. Após vários dias sem chuvas, é comum ocorrer temporais, que arrastam uma grande quantidade de materiais do próprio parque como terra, lama, folhas mortas para as margens dos lagos, estes materiais são retirados manualmente, mas podem se decompor gerando aspectos de cor e odor desagradáveis.

SOMAR

É importante esclarecer que as pequenas bombas ao redor dos lagos foram retiradas porque não são eficazes em situações de altas temperaturas e estiagem.

A mortandade de peixes foi noticiada em várias localidades do estado de São Paulo, na semana entre os dias 12 e 18 de fevereiro, como por exemplo, nos Rios Tietê região de Bauru, Rio Mogi-Guaçu região de Porto Ferreira e Rio Piracicaba na região de mesmo nome. Em Arealva, interior de São Paulo, 20 toneladas de tilápias criadas em tanques-rede apareceram mortas no sábado dia 15 de fevereiro. Em todos estes casos a Cetesb coletou amostras.

Para recuperar o parque, diversas intervenções previstas no plano de manejo serão realizadas ao longo dos anos. Para agilizar as obras de revitalização do parque, está em curso a transferência das áreas abertas à visitação para a Coordenadoria de Parques Urbanos da Secretaria do Meio Ambiente (Decreto nº 60.245 de 14 de março de 2014), com isto o Instituto Florestal que é um instituto de pesquisa, centralizará esforços na pesquisa para manutenção e recuperação ambiental da biodiversidade abrigada no parque, enquanto a CPU realiza os investimentos voltados à atender a demanda de recreação e lazer.

 

Mais informações: Pesquisadora científica Kátia Mazzei, diretora da Divisão de Reservas e Parques Estaduais – Tel.: (11) 2231-8555 / Ramal 2049