24/01/2014

A equipe do Laboratório de Anatomia, Identificação e Qualidade da Madeira do Instituto Florestal (IF) participa de uma megaoperação em conjunto com agentes da Polícia Federal, auditores do Ministério do Trabalho e juízes e promotores do Ministério Público. A “Operação Gato Preto” investiga irregularidades em carvoarias da região de Bragança Paulista, que incluem desmatamento ilegal de mata nativa e construção de fornos em áreas de risco e até mesmo trabalho infantil e análogo à escravidão.

Na última terça-feira, dia 21 de janeiro de 2014, a operação fiscalizou dez áreas previamente determinadas, nos municípios de Joanópolis, Piracaia e Pedra Bela, nos quais muitos funcionários das carvoarias foram encontrados em situação semelhante à escravidão.

Foi flagrada também a prática de desmatamento ilegal de mata nativa para a obtenção de carvão, o que caracteriza crime ambiental. Na região, são comuns plantações de eucalipto cercando áreas de floresta nativa. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os carvoeiros, donos dos eucaliptos, desmatam aos poucos, pelas margens, acabando com o que resta de mata original nas propriedades, e tudo vira eucalipto, que é a madeira autorizada para a produção de carvão.

A equipe técnica do Instituto Florestal identificou inicialmente amostras de carvão embalado por essas empresas e participou da megaoperação identificando in loco (madeira e carvão), onde foi constatada a existência de madeira nativa. Os laudos provam que entre a madeira de eucalipto existe madeira de espécies nativas. Inclusive jacarandá foi encontrado. Segundo a pesquisadora científica do IF, Dra. Sandra Florsheim, o Instituto atua fazendo trabalho de ponta e extrema relevância na identificação de madeira e carvão, contribuindo para na fiscalização.

A blitz deverá continuar pelo menos até a próxima terça-feira. A operação investigará também redes de supermercados, cobrindo toda a cadeia produtiva do carvão. Foram fechadas sete das dez carvoarias fiscalizadas.

 

Fotos: Richard Kleiber Soares e Imagens da TV Record

Mais informações: Pesquisadora Científica Dra. Sandra Monteiro Borges Florsheim, Seção de Madeira e Produtos Florestais – Tel.: (11) 2231-8555/ Ramal 2002