17/12/2013

Nos dias 9 e 10 de dezembro de 2013, realizou-se na Universidade Federal de São Carlos o I Simpósio Brasileiro congregando pesquisas da Rede SISBIOTA* sobre o papel funcional da fauna topo de cadeia que estão sendo desenvolvidas nos diferentes biomas brasileiros.

Sob a coordenação geral do Prof. Pedro Manoel Galetti Júnior do Laboratório de Biodiversidade Molecular e Conservação da Universidade Federal de São Carlos – (LBMC/UFSCAr), o evento contou com a importante participação da  Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA) representados pelo Departamento de Fauna, Instituto Florestal (IF) e Fundação Florestal (FF). Na oportunidade foram apresentados os resultados de 3 anos de pesquisa da Rede SISBIOTA com ampla discussão sobre metodologias desenvolvidas, estado de conservação de espécies e propostas de manejo e conservação biológica. As equipes técnicas IF e FF, composta por pesquisadores, gestores e especialistas ambientais, puderam contribuir com as discussões sobre propostas de manejo e condições atuais de conservação das Unidades de Conservação paulistas gerenciadas pela SMA.

O Simpósio também foi composto também de apresentação de resumos, onde pesquisadores  e colaboradores puderam apresentar de forma rápida os demais resultados alcançados pela Rede SISBIOTA. Pelas Unidades de Conservação IF e FF, foi apresentado o painel “Construção de Exposição Itinerante sobre Conservação de fauna silvestre regional em uma perspectiva participativa”, projeto interinstitucional envolvendo o Centro de Divulgação Científica e Cultural da Universidade de São Paulo (CDCC/USP), LBMC/UFSCar e Unidades de Conservação do Interior – Parques Estaduais Vassununga e Porto Ferreira, Estações Ecológicas Jataí e Itirapina. As Unidades Itirapina também apresentaram dois painéis com resultados específicos: “Registro de perda de mamíferos de médio e grande porte nas áreas protegidas de Itirapina e entorno”, projeto desenvolvido em parceria com  o LBMC/UFSCar, e “Produção de material didático sobre a biodiversidade da fauna regional”, projeto desenvolvido em parceria com o CDCC/USP. Os resumos completos podem ser acessados no link: http://www.sisbiotapredadores.ufscar.br

*Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade

 

Rede Predadores de Topo de Cadeia Alimentar 

A presente rede está constituída por 14 projetos que se integram no eixo focal do impacto que a ausência dos predadores de topo de cadeia alimentar numa potencial extinção teria sobre os diferentes biomas. A Rede Predadores de Topo de Cadeia Alimentar tem por objetivo geral entender o papel efetivo desses predadores nos seus respectivos ambientes (biomas aquáticos e terrestres), estudando seus requerimentos biológicos e ecológicos, sua estrutura demográfica e genético-populacional, comportamento reprodutivo, requerimentos de paisagem e efeitos de defaunação.

Com base em dados biológicos, ecológicos, genéticos e de paisagens pretende-se avaliar o impacto que a eventual extinção dos predadores de topo de cadeia alimentar promoveria nesses diferentes biomas e permitir a constituição de metas e de prioridades para conservação desses ambientes. Pretende-se ainda, disponibilizar toda informação científica para auxiliar a definição de políticas públicas de conservação dos biomas e das espécies, decodificar o conhecimento produzido para a sociedade em atividades de divulgação científica e desenvolver instrumentos de educação ambiental, utilizando os predadores de topo de cadeia alimentar como espécies bandeiras de grande capacidade de sensibilização da sociedade e dos governos.

A Rede Predadores de Topo de Cadeia Alimentar está constituída pelos seguintes projetos:

  • Movimentos de dispersão, predação e uso da paisagem por puma concolor em uma área altamente fragmentada do estado de São Paulo, sudeste do Brasil;
  • Estimativas de densidade obtidas por meio da análise do DNA fecal em paisagens altamente fragmentadas no sudeste do Brasil;
  • Dinâmica populacional e demografia de aves em áreas de diferentes diversidade de predadores;
  • Monitoramento biológico pelo tamanho populacional de colônias de aves aquáticas de topo de cadeia alimentar no pantanal;
  • Identificação de predadores de ninhos de aves (Passeriformes) numa área de Mata Atlântica do sudeste brasileiro;
  •  Ecologia, estudo clínico e epidemiológico de carnívoros na região de influência do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG;
  • Padrões macroecológicos e biogeografia da conservação de predadores de topo brasileiros: uma abordagem filogenética e funcional;
  • Adequabilidade ambiental dos biomas brasileiros à ocorrência das espécies de felinos neotropicais;
  • Defaunação e dispersores de sementes;
  • Ecologia dos grandes peixes ictiófagos da bacia do rio Uruguai e sua influência na estrutura da comunidade de peixes;
  • Ecologia de peixes (piscivoros) na Amazônia;
  • Variação genética e estrutura populacional dos grandes peixes migradores na Bacia Platina;
  • Sistemática molecular, filogeografia e ecologia de grupos crípticos de peixes na hidrografia costeira do Maranhão;
  • Educação ambiental para conservação da biodiversidade. O papel dos predadores de topo de cadeia.

 

Fotos: Acervo Itirapina

Mais informações: Mariano M. Bergel e Paulo Henrique P. Ruffino, Estação Experimental de Itirapina – Tel.: (19) 3575-1345