22/05/2013

22 de Maio – Dia Internacional da Biodiversidade

O Instituto Florestal em celebração ao Dia Internacional da Biodiversidade apresenta uma seleção de 10 espécies que ocorrem no Parque Estadual Alberto Löfgren, que exemplificam a diversidade dos seres vivos e importantes conceitos relacionados com a ecologia e a conservação dos ecossistemas.

As plantas e demais organismos fotossintéticos constituem os alicerces da maioria dos ecossistemas do planeta. Foram os pioneiros no desenvolvimento dos painéis de energia solar. Graças ao uso de uma pequena parte dos fótons que recebemos da nossa estrela a vida pôde se tornar tão complexa e fabulosa. A fotossíntese usa a energia solar para sintetizar os compostos orgânicos produzindo como subproduto oxigênio, que é utilizado pela maioria dos seres vivos para “queimar” lentamente esses compostos e reutilizar a energia solar. Os organismos fotossintéticos são os responsáveis pela manutenção do nível de oxigênio atmosférico em 21%.

Fungos integram o grupo dos decompositores atuando na reciclagem dos nutrientes. O corpo de frutificação da foto é apenas a ponta do “iceberg”, o conjunto de hifas de um único fungo pode se estender por alguns quilômetros na camada superficial do solo. Várias espécies são parceiras de vegetais ampliando a absorção dos sais minerais pelas raízes. Alguns se associam ou parasitam algas constituindo os líquens e por fim outras espécies são parasitas colaborando com o controle das populações de plantas e animais.

Os insetos constituem 60% das espécies de seres vivos conhecidas na Terra e 38% deles são besouros! Carunchos como o da foto são importantes brocas de caules e predadores de sementes, controlando a população de vegetais. Nas lavouras e armazéns algumas espécies constituem pragas importantes que causam prejuízos consideráveis. Contudo, os serviços prestados pelos besouros como decompositores, predadores, presas, polinizadores, etc. certamente superam em muito seus eventuais malefícios.

As abelhas são os principais polinizadores. Recentemente, colônias de várias espécies desapareceram rapidamente ao redor do mundo, situação chamada de Síndrome do Colapso da Colmeia. Estudos indicam que alguns tipos de defensivos agrícolas desorientam as operárias que não conseguem retornar ao lar, em pouco tempo a rainha e as larvas também acabam perecendo. Isto tem tanto impacto nos ecossistemas quanto nas lavouras, já que muitos cultivos de interesse econômico dependem da polinização para frutificar.

Um fio de seda é cinco vezes mais resistente que um fio de aço de mesma espessura, o veneno da aranha e de outros animais apresentam compostos que podem gerar medicamentos, inseticidas, etc. A pesquisa e a conservação da biodiversidade contribuem muito para o bem estar humano.

Trazido para o Brasil com o objetivo econômico de ser comercializado para o consumo humano, a espécie não caiu no gosto do público e acabou sendo liberada no ambiente. Em vários locais ele se tornou uma praga importante de hortas e jardins, apresenta o potencial de competir com espécies nativas e de transmitir parasitas ao homem. As chamadas espécies exóticas invasoras causam prejuízos globais da ordem de bilhões de dólares, são vetores de doenças e contribuem para a extinção de espécies nativas.

Os anfíbios constituem um dos conjuntos mais ameaçado de animais com 32% de suas espécies sob risco de extinção. Além da perda de habitats, uma doença causada por fungo (quitridiomicose) tem dizimado espécies ao redor do globo. A pele permeável, o ciclo de vida que inclui, na maioria das espécies, uma fase larval aquática (girino) e a distribuição geográfica restrita de grande parte das formas conhecidas são fatores que ajudam a explicar sua maior vulnerabilidade.

A visão de um predador capturando e abatendo sua presa é impactante para a maioria das pessoas. Entretanto, os predadores desempenham o papel de controladores das populações. Predadores e presas disputam no tempo evolutivo uma verdadeira corrida armamentista, com os indivíduos mais eficientes deixando mais descendentes. O lagarto teiú além de consumir pequenos animais e ovos, também ingere frutos e dispersa sementes.

Os pica-paus estão entre os engenheiros do ecossistema, alterando o seu habitat ao produzir orifícios em arbustos e árvores. Esses buracos são utilizados como abrigos ou ninhos por uma infinidade de animais que não possuem capacidade de gerarem por conta própria esse tipo de estrutura. A espécie retratada além de consumir larvas de insetos brocadores, também é um dispersor de sementes e polinizador de flores de árvores.

Texto e Fotos: Alexsander Z. Antunes

Mais informações: Pesquisador científico Alexsander Z. Antunes – Assessoria Técnica de Programação – Tel.: (11) 2231-8555/Ramal 2223