Em continuidade às atividades de elaboração do Plano de Manejo da Floresta Estadual Serra d’Água, o Instituto Florestal realizou, no dia 12 de setembro de 2012, a Oficina de Planejamento Participativo para o Plano de Manejo, que tratou do “Diagnóstico e Zoneamento da Floresta Estadual Serra d’Água”.

O Diretor Geral do Instituto Florestal Dr. Miguel Luiz Menezes Freitas foi representado pelo Pesquisador Científico Maurício Ranzini. Aproximadamente 50 pessoas compareceram à reunião, entre eles: técnicos e pesquisadores do IF; a gerente do Parque das Águas, Dra. Alcimara Cohen; as representantes da Associação de Educação do Homem de Amanhã – “Guardinha”, Maria Helena Novaes Rodrigues e Amanda Donadon; a professora Solange T. de Lima Guimarães, 20 alunos da Graduação e uma aluna do Doutorado do curso de Geografia – ênfase em Análise Ambiental e Geoprocessamento, da disciplina Gestão de Recursos Hídricos da UNESP Rio Claro; e Denise Gaspar representante da Faculdade Metrocamp e do Conselho Gestor da APA de Campinas (Congeapa).

No período da manhã, houve a apresentação dos levantamentos temáticos das áreas de Uso e Ocupação da Terra, Recursos Hídricos, Meio Físico, Vegetação, Fauna e Patrimônio Cultural. Na parte da tarde, foram discutidos o Zoneamento Preliminar da Unidade e uma proposta de composição do Conselho Consultivo. Ao final, o Pesquisador Científico José Luiz de Carvalho, Coordenador do Plano de Manejo da Floresta Estadual Serra D’Água, concluiu que a oficina foi muito produtiva, sendo uma oportunidade de apresentar ao público presente os diversos estudos realizados pelo corpo técnico especializado da instituição para construção desse trabalho.

A próxima oficina ocorrerá no dia 26 deste mês e tem o objetivo de discutir os Programas do Plano de Manejo.

O evento ocorreu no Parque das Águas, em Campinas.

 

A criação da Floresta Estadual Serra d’Água

O local onde foi criada a unidade era uma área de aproximadamente 50ha da Fazenda Pública do Estado e estava sendo disponibilizada para venda e provavelmente se tornaria mais um dos muitos condomínios que existe na região. Essa intenção causou mobilizações em várias escalas, em vários setores do governo, inclusive do município de Campinas, por meio de segmentos da sociedade civil e do ministério público. A Secretaria do Meio Ambiente também se opunha à venda a custa da perda de uma área com potencial bastante interessante. Dessa forma, foi proposto que o Instituto Florestal assumisse essa área dentro de uma proposta de manejo apropriada. Levou-se em consideração a recente criação de uma floresta estadual no município de Guarulhos, que tinha um perfil diferente das outras florestas estaduais do Estado de São Paulo. A Floresta Estadual de Guarulhos foi criada num grande mosaico de Unidades de Conservação metropolitanas e a intenção desta floresta, que também é pequena (cerca de 100ha), era que se compusesse ali um pomar de sementes de árvores nativas e se tornasse um espaço para inclusão social da comunidade do entorno. A ideia da criação da F.E. Guarulhos inspirou a criação da F.E. Serra d’Água.

Segundo Rodrigo Victor, representante da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo – RBCV, “uma área pode não tem hoje todas as características de UCs, mas seguramente daqui alguns anos ela vai ter. Se a gente perder essa perspectiva temporal a gente não avança na implementação de UCs, principalmente no interior do Estado, que são áreas bastante fragmentadas e precisam de uma recuperação intensiva. (…) O Parque da Cantareira, quando foi criado e protegido legalmente, não era a floresta bonita e contínua que é hoje, era um conjunto de fragmentos e permeados por fazendas de café e outros usos que não floresta. Então precisou-se uma visão temporal naquela época que se criou a Cantareira para que se tivesse a floresta linda que ela é hoje. Essa visão precisa ser universalizada para todo o Estado de São Paulo.”

 

Fotos: Leni Meire P. R. Lima e Priscila Weingartner
Mais informações: Pesquisador Científico José Luiz de Carvalho – Tel. (12) 3642-3910 e 3648-3003