Técnicos do Instituto Florestal estiveram presentes no Rio de Janeiro, nos diversos eventos paralelos voltados à sociedade civil, ocorridos durante a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que aconteceu de 13 a 22 de junho de 2012.

Entre palestras, estandes e exposições, a participação na Rio+20  teve os seguintes destaques:

Seminário “As Reservas da Biosfera e a Rio+20”, realizado no pavilhão do Governo do Estado do Rio de Janeiro no Parque dos Atletas que também fez a cerimônia de entrega do Prêmio Muriqui 2012. Concedida anualmente pelo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), desde 1993, a premiação é uma das principais homenagens às ações ambientais no País. O Prêmio Muriqui foi entregue este ano à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na categoria pessoa jurídica, ao cientista Carlos Alfredo Joly, na categoria pessoa física; e ao cientista norte-americano Thomas Lovejoy, em uma edição especial pelo conjunto de sua obra. O animal muriqui é o símbolo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida em 1991 pelo Programa Homem e Biosfera da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Durante a Rio+20, Governador do Estado de São Paulo assinou os decretos que criam Mosaicos de Paranapiacaba e Parque e Estadual Nascentes do Paranapanema (PENAP). O contínuo de Paranapiacaba – um dos principais corredores de Mata Atlântica do Brasil – está associado a dezenas de cavernas de grande importância para a conservação da geobiodiversidade e possui seis unidades de conservação, somando aproximadamente 250 mil ha. de áreas protegidas. O PENAP, com 22mil ha, compõe o grande mosaico de preservação que vai proteger cerca de mil nascentes do Paranapanema, colaborando também para a melhoria da qualidade de água e biodiversidade da região. O Mosaico é formado pelos parques estaduais Turístico Alto Ribeira (PETAR), Intervales, Carlos Botelho, Estação Ecológica Xituê, APA Serra do Mar e o novo Parque Estadual Nascentes do Paranapanema.

Arena Socioambiental Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, montado nos pilotis e jardins, foi criada para possibilitar o diálogo entre o governo e a sociedade e, durante uma semana, serviu de palco não apenas para os debates, chamados de Encontros Globais, mas para exposições, atividades culturais e uma feira de produtos.

Exposição Humanidade 2012 instalada no Forte de Copacabana foi planejado dentro de um conceito máximo de sustentabilidade, o espaço utilizou materiais reaproveitáveis como andaimes. Os coletores de resíduos foram construídos com tubos de pasta de dente e o acabamento das portas foi produzido a partir de embalagens plásticas. Outro ponto de destaque foi a divulgação do projeto feita sem panfletagem. Durante os 12 dias de programação, um grupo de pessoas se dedicou a separar resíduos recicláveis dos não recicláveis. De acordo com o balanço feito pelos organizadores, mais de cinco toneladas de resíduos foram geradas. Destas, cerca de três são recicláveis.

Parque dos Atletas, um dos espaços da Rio+20, mostrou o desenvolvimento sustentável de maneira divertida, inovadora e interativa em seus 44 pavilhões. No local, foram apresentadas exposições de 31 países, 16 empresas, 17 estados e 18 cidades brasileiras, 18 Agências do Sistema ONU, órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e 15 Organizações Governamentais nacionais e internacionais. No espaço da Eletrobrás e de Furnas, se experimentaram diversas formas de geração limpa e renovável de energia. No simulador 5D, o visitante recebeu informação por estímulos a todos os sentidos e se diverte com alguns pequenos sustos ao receber respingos de água e rajadas de vento. Uma maquete inteligente no Pavilhão do Qatar simulava as mudanças climáticas em um bairro central da capital do país, Doha, que está sendo revitalizada. Inteligente também é a produção de móveis feita a partir do plástico, no espaço da Braskem. Uma Usina de Reciclagem foi criada no local para mostrar aos visitantes como é produzida a madeira de plástico e a montagem de móveis nesse material. O carro elétrico dos Correios e toda a linha de produção de bolsas e almofadas confeccionadas a partir da reciclagem dos malotes dos carteiros chamaram a atenção do público, assim como o ônibus híbrido de hidrogênio, com tração elétrica e tecnologia brasileira desenvolvida em parceria com a Coppe/UFRJ.

Cúpula dos Povos,  encontro realizado no Aterro do Flamengo, abriu espaço para a arte sustentável e criações coletivas utilizando lixo reciclável. Nesse aspecto, o artista plástico Vik Muniz convocou as pessoas a trazerem material reciclável de casa e no final transformou tudo em uma obra coletiva. Intitulado “Projeto Paisagem”, a obra poderia ter a participação de qualquer cidadão, desde que levasse seu próprio “lixo”. O resultado foi uma bela paisagem do Rio de Janeiro em tamanho gigante, bem ao estilo do artista.

Apresentação no Píer Mauá do barco movido a energia solar desenvolvido pelos pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina. O barco solar foi projetado para ser usado no transporte de estudantes dos arredores da Capital paraense, mais especificamente na comunidade Santa Rosa. A embarcação vai ajudar não só a reduzir a poluição causada pelos barcos movidos a diesel nos rios, mas também a melhorar a qualidade de vida de animais da região, uma vez que há redução de barulho com os silenciosos motores elétricos.

 

Fotos: Acervo IF

Mais informações: Leni Meire P. R. Lima – Serviço de Comunicações Técnico-Científicas – Tel: (11) 2231-8555 ramal 2004