O Instituto Florestal participou da reunião “Pesquisa e Mudanças Climáticas Globais”, promovida pela Secretaria do Meio Ambiente, em novembro de 2009. O objetivo da reunião foi divulgar as pesquisas e ações relativas ao tema por parte dos institutos de pesquisa do Estado. Estiveram presentes, representando o IF, o pesquisador científico Edgar F. de Luca, Diretor da Divisão de Florestas e Estações Experimentais e o analista de recursos ambientais Antônio Carlos G. Melo, da Floresta Estadual de Assis. Os pesquisadores apresentaram dados relativos à fixação de carbono nos diversos compartimentos que compõem as florestas naturais, como a parte aérea das árvores, serapilheira, raízes e o próprio solo. Mostraram, ainda, que com a Produção de Florestas Sustentadas planejadas pelo IF é possível retirar mais de 1.000.000 de toneladas de CO2 da atmosfera todos os anos. Também foram apresentados dados relativos à pesquisa sobre o desenvolvimento de métodos para quantificação de carbono em árvores de Cerrado e em reflorestamentos de restauração. Estes estudos mostraram que reflorestamentos ciliares apresentam taxas anuais de acúmulo que variam de 3 a 19 toneladas de CO2 por hectare. Dessa forma, foi mostrada a importância do serviço ambiental realizado pelas florestas, sejam elas naturais ou plantadas, e que as unidades de conservação possuem uma participação importante na diminuição de gases de efeito estufa na atmosfera e na melhoria da qualidade do ar. A fixação do carbono atmosférico Em tempos de aquecimento global tem sido atribuído às florestas mais um importante serviço ambiental: a fixação do carbono atmosférico e, por conseqüência, a mitigação dos efeitos da acumulação de gases do efeito estufa. Entretanto, por ser tema relativamente novo, pouco se sabe acerca da capacidade das florestas para acumularem carbono. O Dr. Antonio Carlos G. Melo, da Floresta Estadual de Assis do Instituto Florestal, coordena dois projetos de pesquisa que dizem respeito à quantificação de carbono pelo Cerrado e por reflorestamentos de restauração. Os trabalhos, que contam também com a cooperação da Universidade Federal do Paraná e da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da USP, foram financiados pelo “Projeto de Recuperação de Matas Ciliares” da Coordenadoria de Proteção à Biodiversidade (CBRN), no âmbito da cooperação com o Global Environmental Facility. Estes projetos, em sua primeira etapa desenvolveram método para quantificar a biomassa e o carbono das árvores do cerrado e dos reflorestamentos. Para tanto foram abatidas 222 árvores, das quais se quantificou, tanto para sua parte aérea quanto par as raízes, a biomassa (no Cerrado) e o carbono (para os reflorestamentos). Posteriormente com as informações desta amostragem foram ajustadas equações que permitem quantificar biomassa e carbono de outras árvores sem que seja necessário abatê-las. Com as equações prontas a segunda etapa dos trabalhos, que se encontra em andamento, trata de quantificar quanto carbono se encontra fixado em áreas naturais de diferentes fisionomias de Cerrado e em reflorestamentos de restauração com diferentes idades. Já foram amostradas 66 diferentes áreas em Cerrado e de reflorestamentos de restauração. Como resultados preliminares obtidos na Estação Ecológica de Assis, pode-se dizer que o cerrado strictu sensu acumula o equivalente a cerca de 50 toneladas CO2 por hectare e o cerradão cerca de 220 toneladas. Para os reflorestamentos a capacidade de estocagem de carbono varia com a fertilidade dos solos, a disponibilidade hídrica e com a sua idade. Em termos gerais, pode-se afirmar que em solos menos férteis, onde originalmente ocorria o Cerrado a taxa anual de acúmulo é de cerca de 3 toneladas de CO2 por hectare e em terras férteis, onde ocorria a Floresta Estacional Semidecidual, por volta de 19 toneladas. As informações nestes projetos permitirão o dimensionamento mais adequado de projetos de reflorestamentos voltados à fixação de carbono, a elaboração de protocolos de monitoramento de seqüestro de carbono por florestas e a valoração do estoque de carbono existentes em áreas naturais do Estado de São Paulo, sejam elas Unidades de Conservação ou não. Maiores Informações: Engº Florestal Edgar F. de Luca – Fone: 11 2231-8555 ramal 2022 e Engº Florestal Antônio Carlos Galvão de Melo – Fone: 18 3325-1045/1066.